O Homem do 411


    No quarto 411 vive um homem comum, com um semblante comum em seu rosto; que vive recluso de todas as outras pessoas, tentando convence-las de que vive uma vida comum; que sai de manhã, trabalha e almoça com os seus colegas; que ao sair de seu emprego passa no supermercado para comprar seus alimentos; que volta para seu quarto num hotel de classe media com empatia em seu rosto... do mesmo jeito que saiu... tentando convencer a todos de que é só mais um, de que é normal e vive uma vida tão comum e tediosa quanto a sua.
    Quem vê o homem do 411, com todo o seu disfarce monótono, não diz que ele é um ex-soldado, que participou de treinos rigorosos de combate, assassinato e reconhecimento campal; que foi voluntario nas forças de paz no Iraque, foi lá que viu o terror da guerra e descobriu planos conspiratórios envolvendo a ONU, o presidente dos Estados Unidos e o 11 de setembro... ele sabia demais e por suas habilidades foi convidado à participar de um grupo de exercito especial, treinados para enfrentar os verdadeiros causadores do atentado, descobriu que existiam forças "não humanas" nos bastidores da conspiração.
    O homem do 411 passou por muitas aventuras, conheceu muitas paixões e também se decepcionou, foram muitas batalhas, muitas baixas, nenhuma tão dolorosa quanto a lavagem cerebral que sua família recebeu, fazendo todos pensar que era louco, mas isso só o deixou motivado: passou a agir disfarçado, e perseguiu os conspiradores até onde fosse possível, nunca se perdoou pela tragédia do terremoto no Haiti e o tsunami no Japão.
    O homem do 411 esta nessa batalha a muito tempo, vivendo aventuras e conhecendo coisas que ninguém, nem sonha em viver, mas ele esta cansado de tudo isso, sente falta de viver um dia comum com a sua família, não quer mais uma vida dúbia num hotel e de agente secreto... hoje o paciente do 411 resolveu que não vai mais viver num mundo de fantasia, ele esta pronto para lutar contra a sua esquizofrenia, se reabilitar e voltar para junto de sua família e do mundo real.

Autor: Vinícius Pacheco Silva

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