Livros do Mês de Novembro(ainda): "Troia", "A Iliada" e meus problemas com notas.

    Demorei, mas hei que agora trago a minha analise final para os livros do mês de novembro... no final de dezembro, eu sei, mas se não fosse hoje(31/12/2012) seria só no ano que vem, então bora pra analise.
        
    Troia - de Cláudio Moreno - relata com o máximo de detalhes possível sobre a guerra de Tróia, tudo de forma cronológica  desde a escolha que Páris fez em relação a deusa mais bela, até a volta de Menelau com Helena após a guerra. O autor não só contou das façanhas de heróis como Ulisses, Aquiles, Heitor, etc... como também contou das façanhas dos deuses durante a guerra, de como Zeus planejou essa guerra a anos, como Afrodite persuadiu Helena, e no final, como a guerra ficou dividida entre Atena, Hera, Poseidon e Hefesto contra Afrodite, Apolo, Ártemis e Ares... durante a leitura foi inevitável a comparação e até mesmo a contradição com os outros livros que li em relação a mitologia grega, tanto em "As Melhores Histórias da Mitologia"(A. S. Franchini/Carmen Seganfredo) como em "Tróia"(Claudio Moreno) os autores fazem questão de esclarecer que não existe uma versão oficial sobre a mitologia grega e suas histórias relacionadas, pois cada autor coloca o seu entender ao escrever, mas não é nada preocupante, são pequenos detalhes e Claudio Moreno especifica os autores de varias delas, é incrível também a forma narrativa com que o autor conduz as batalhas entre os heróis - como a batalha entre Aquiles e Heitor - tão detalhada e bem conduzida que é fácil imagina-las e com um final que não é contado em nenhum filme, o autor brinca deixando em dúvida uma questão muito interessante que não cabe a mim fazer.
    Altamente recomendável para qualquer nível de leitor, sem "mas".


    Aqui começa minha maior critica(no mal sentido) até agora, não que a história seja ruim, a história é ótima e serviu como bibliografia tanto para "Tróia" como para "As Melhores Histórias da Mitologia, o maior problema veio da tradução que a editora(MARTIN CLARET) permitiu mesmo sabendo que a linguagem usada é dos anos 60 e do uso abusivo de notas, mas "vamos por partes" como diria Jack Estripador:
    1 - A tradução - que é de Manuel Odorico Mendes - é de uma linguagem difícil e palavras que acredito que não eram nem de conhecimento dos gregos são utilizadas sem a menor piedade, tudo isso é facilmente perdoado levando em conta a sua época, porém a editora(MARTIN CLARET) simplesmente passou por cima disso sem ao menos avisar ao leitor.
    2 - A solução da editora, creio eu, foi utilizar das notas para facilitar a leitura de iniciantes. Eu acredito que as notas deveriam ser utilizadas somente para esclarecer fatos curiosos da trama ou do autor que possa passar despercebido pelo leitor, como aconteceu em "O Processo"(Franz Kafka, editora L&PM), mas neste livro foi diferente, a cada frase ou palavra que podia ser mal entendida nos dias de hoje, eles colocavam uma nota, isso deixou o primeiro capitulo com "só" 305 notas e parar pra ver cada nota quebra o ritmo da leitura que é em verso, te fazendo ler varias vezes o mesmo trecho.
    3 - Vejamos: temos uma tradução feita por linguagem culta dos anos 60, em versos, com notas para cada palavra que não estamos acostumados, a solução da editora novamente foi cretina, colocar o resumo de cada capitulo no começo do mesmo... ótimo! vou comprar o livro, não vou entender e assim que me cansar de ler as notas, vou me contentar com o resumo, afinal foi pra isso que comprei o livro né? pra ler o resumo.
    Péssima versão de "Ilíada" que fui comprar, ainda espero obter uma tradução mais atual e um conselho: a não ser que você nasceu na época que esta tradução foi feita ou esteja acostumado com ela, fique longe dele, só vai fazer você perder a vontade de ler.

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